Sempre gostei de acompanhar a cerimônia do Oscar: o glamour, as maiores estrelas vestindo roupas de deusas, as caras de decepção e/ou fingimento quanto outro ator ou atriz ganhava o premio... São tantas emoções! Mas só para quem gosta de cinema e dos seus astros e estrelas, por que para quem não gosta ou não tem certo interesse, pode ser uma das coisas mais chatas para se assistir na face da terra.
Eu adoro assistir ao Oscar. Alguns anos atrás eram como um presente de aniversário, pois a cerimônia sempre acontecia na mesma data em que eu comemorava mais um ano
de vida. Como a cerimônia agora é em fevereiro, isso não acontece mais. Porém esse ano eu consegui um feito que há muito não conseguia: Vi todos os filmes concorrentes a melhor do ano antes de ser realizada a cerimônia! Se não me engano só havia conseguido isso uma vez, e olha que era apenas cinco concorrentes a melhor filme e não 10, como nesse ano! Para ser sincero, estou mentindo um pouco: na verdade não assisti a todos os filmes... Faltou Minhas Mães e Meu Pai! Dito isso vamos as minhas sublimes constatações sobre esses dez filmes que foram eleitos os melhores do ano:
A Origem é genial: a trama é uma das mais revolucionarias de todos os tempos. Importante dizer que apesar de tudo parecer muito confuso, você entende tudo o que se está passando. Vou tentar resumir a trama: um grupo de mercenários entra nos sonhos de pessoas importantes para dali descobrir segredos que podem render dinheiro e poder político. O personagem de Leonardo DiCaprio quer ainda mais: poder voltar a sua terra natal e ver seus filhos. Ele consegue? Aí é que está: o final não é muito claro. É um sonho ou não é? Para mim é o melhor filme do ano, sem duvida, por ser completamente original e audacioso, e ao mesmo tempo que diverte, faz pensar.
Toy Story 3 é outro filme maravilhoso. Se a produtora Pixar insistia em não fazer continuações de seus filmes, deve perder esse medo. O filme é o melhor da trilogia. Basicamente fala sobre o fim da inocência. Andy, o dono de Buzz e Woody vai para faculdade, deixando seus brinquedos aflitos sobre seu destino. Passam por muitas aventuras para finalmente encontrar seu destino. Maravilhoso, emotivo e cheio de aventuras. Nossa, estou parecendo narrador de filme da Sessão da Tarde.
Cisne Negro é um filme assustador! Muita gente tem comentado que é um filme de terror, um terror psicológico, em que Natalie Portman arrasa ao interpretar uma bailarina que ganha o papel principal numa montagem do espetáculo O Lago dos Cisnes. Tentando encontrar o seu lado negro, a personagem vai enlouquecendo de forma assustadora.
Bravura Indômita é uma refilmagem de um filme com John Wayne e é um faroeste diferente dos que estamos acostumados a ver: uma menina pede ajuda de um confederado (uma espécie de policia da época) para vingar o assassinato do pai. Partem em uma viagem de vingança e conhecem pelo caminho bandidos e personagens muito estranhos. Sinceramente, para mim é o mais fraco do pacote. Não consigo enxergar o humor dos irmãos Cohen e por que são tão endeusados pela critica. Pode até ser falta de cultura, mas os filmes dos dois nunca me encantaram e esse não é exceção.
O Vencedor é uma história sobre drogas, família, amor e o sonho de se conseguir vencer na vida mesmo com vários percalços pelo caminho, através do boxe. Christian Bale e Amy Adams arrasam em seus personagens. O mais fraco do filme é Mark Wahlberg, com cara de nada o filme inteiro. É um filme bom, gostoso de assistir e que não escorrega para o dramalhão.
127 Horas é outro filme que se você só ler a sinopse, imagina que é chatissimo: um montanhista cai em uma cratera e uma pedra prende seu braço. Não existe busca, não existe socorro nem ninguém que saiba onde ele está. Para sobreviver ele chega ao extremo do que um ser humano seria capaz. Você imagina que essa historia não rende uma historia de uma hora e meia, mas nas mãos do diretor Danny Boyle, rende um filme dinâmico e emocionante. Vale à pena ter essa lição de vida, de coisas que deixamos de fazer e só damos o devido valor quando perdemos.
A Rede Social, todo mundo está cansado de saber que é sobre a criação do Facebook. É outra historia que poderia ser enfadonha, mas nas mãos de David Fincher se tornou uma trama de suspense, intrigas e traições. Emocionante, divertido e que nunca deixa a peteca cair. Se não entender muito de inglês, se prepare para ler as legendas em questão de segundos, pois os diálogos são rápidos como o The Flash. O melhor é que o filme pode ser interpretado também como um romance, um romance da era tecnológica em que estamos.
Inverno da Alma é a história de uma menina prestes a perder tudo. Seu pai sumiu e não apareceu para pagar a fiança que devia. Ela parte em busca de alguma pista do pai e acaba encontrando muitas pessoas arrepiantes. O filme não é para qualquer um: é lento e angustiante. Não mostra aquele lado dos Estados Unidos que estamos acostumados a ver, de pessoas ricas e bem sucedidos. Pelo contrario, mostra o pior do ser humano e da America.
O Discurso de Rei é uma bobagem. Aulas de fonoaudiologia do antigo rei do Reino Unido, que era gago. Porém, as interpretações de Colin Firth. Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter são tão estupendos, que você fica ligado no filme até seu fim emocionante. É interessante ver um pouco dos momentos íntimos da realeza e o que um futuro rei pode passar durante a infância, capaz de causar traumas até a idade adulta.
Só faltou Minhas Mães e Meu Pai, mas isso não importa, dei uma boa resumida nos indicados ao OSCAR 2011. Vejo vocês mais tarde no tapete vermelho, estarei de smoking e acenando para os fotógrafos. Uma dica: se você estiver em casa assistindo a cerimônia, dê preferência ao canal TNT, com comentários de Rubens Edwald Filho. Os comentários retrógrados e nostálgicos de José Wilker, na Globo, ninguém merece!