quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O fim de Lost e outras séries!


Acompanhei Lost desde o inicio. No dia do primeiro episódio exibido no Brasil, eu só havia lido sobre o burburinho que a série estava causando nos EUA. Não sabia do que se tratava a série. Para que? Desde a abertura, com os personagens aflitos no avião, a cada do mesmo, até os famosos flashbacks, tudo era tão diferente do que eu acompanhava na época (Will & Grace, Friends) que foi como se um novo mundo se abrisse para mim. Mistérios, personagens carismáticos, tramas empolgantes, enfim, uma série revolucionária em que os pontos altos eram muito mais comuns dos que os baixos. Os mistérios foram se acumulando ao longo dos episódios e pouco era revelado, mas mesmo assim mantive fé de que no fim tudo teria uma conclusão tão óbvia que eu diria: “Como não pensei nisso antes?”. Seis anos se passaram e quando o último episódio foi ao ar no ano passado, eu tinha a expectativa de final de Copa do Mundo. Chorei o tempo todo vendo o episódio final: os encontros de personagens que se amavam, personagens que haviam morrido, muita emoção e um desfecho que me deixou atordoado. Tão atordoado que só hoje, mais de um ano depois, consegui escrever algo sobre Lost. Aproveitando que só agora a Globo exibe os episódios finais, dá para reavaliar e ter uma opinião concreta sobre o desfecho.
Lost era tudo aquilo que eu disse no início: revolucionária, instigante, cheia de personagens marcantes, etc. Porém seu fim foi uma decepção. Nada foi explicado a contento e os mistérios que foram realmente explicados no fundo não diziam nada a respeito das principais perguntas: o que é a ilha? Quem é Jacob? Eles estavam todos mortos desde o inicio? Disso, pouco se disse. Eu entendi mal e porcamente que a ilha era um lugar místico, onde coisas impossíveis aconteciam. A explicação de que a ilha é uma rolha para os males do mundo é um dos piores tapa buraco da história das séries. Até hoje rende debates. Alguns amigos acham que lá era o purgatório. Mas o purgatório na verdade não era o “mundo paralelo do final”?  Acho que cada um teve sua interpretação e os autores não se dignaram a explicar nada depois do fim... Ainda não vi os dvds da temporada final para saber se existem comentários, mas acho difícil que tenham detalhado algo mais do que detalhes da produção.
Lost foi ótima e decepcionante ao mesmo tempo. David Linch não faria melhor. David Linch, diretor de filmes que mais parecem sonhos fragmentados, é um mestre no suspense e nos fatos sem explicação, mas quando escreveu a série “Twin Peaks”, conseguiu ser convincente e decifrou a principal questão: “Quem matou Laura Palmer?”. Já Lost é um sonho, ou pesadelo, sem fim...
De lá para cá, o efeito Lost foi devastador: nenhuma série de ficção ou suspense conseguiu o mesmo sucesso e foram canceladas.
Refeito do efeito Lost, continuo um apaixonado por séries e acompanho pelo menos uma dúzia delas. Na segunda tem Grey’s Anatomy e United States Of Tara. Na terça Fringe, que também é ficção cientifica, mas tudo é claramente explicado a cada capitulo ou temporada. Quarta tem The Gates, minha amada Desperate Housewives e a sensacional Glee, que melhora a cada episódio. Quinta tem as comédias Cougar Town, Community e 30 Rock. Sem esquecer o ser odioso mais amado do mundo: o Dr. House. Obviamente acompanho mais séries, mas essas são algumas das que gostaria de citar. Séries de grande sucesso com a critica me causam certo asco e melancolia, como Dexter e Nip/Tuck.
Confesso que morro de saudades de Friends, Will & Grace, Ugly Betty... E de Lost, que é o motivo desse post? Sinto saudades? Sim, sinto saudades dos personagens e daquela sensação de “não vou conseguir esperar pelo próximo episódio” quando as letras LOST invadiam a tela. Sei lá, no fundo, acho que perdi 6 anos da minha vida à toa...

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